terça-feira, 14 de julho de 2009

Velho e bom x Velho e ruim

"Galinha velha é que dá bom caldo" - 1 x 0

1 x 1 - "De algodão velho não se faz bom pano"

"Panela velha é que faz comida boa" - 2 x 1

2 x 2 - "Papagaio velho não aprende a falar"

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Antes do post de verdade, um pouco das minhas reminiscências...

Há muitos anos atrás, na sala do Centro Acadêmico, acompanhávamos a contagem dos votos que reelegeria a nossa chapa (péssima hora pra se falar em reeleição). Um colega ficou contando os votos em voz alta e já tava enchendo o saco: 21 a 18... a 19... a 20... 22 a 20... 23... "AAAAAAHHHHH!" Alguém se manifestou. "Pára com isso que dá nos nervos". Ele parou. Todo mundo ficou em silêncio, esperando... Uns 10 minutos depois: "empatou". (risadinhas pela sala, uns de raiva, outros de: cara chato mermão!)... Mais uns minutinhos e: "empatou de novo". Ele foi arrastado para fora da sala.

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Mas voltando... Provérbios empatados e idéias também: até que ponto a nossa sociedade valoriza a experiência? Até que ponto a experiência deve ser valorizada?

Hum... No meio acadêmico, um exemplo maravilhoso: a livre-docência. Na universidade que trabalho, recentemente um concurso foi invalidado porque um livre docente fazia parte da banca examinadora. Uma derrota para a experiência (em tempo: Livre-docência é um título concedido no Brasil, por uma instituição de ensino superior, que atesta uma qualidade superior na docência e na pesquisa. Anteriormente, a livre-docência era aberta a qualquer professor, mas desde 11 de setembro de 1976 só podem candidatar-se professores já portadores do título de doutor. Retirado da wikipédia). Nada contra os superdotados que cursam doutorado aos 15 anos...

Pra ilustrar meu post, uma foto aqui descrita...

No canto esquerdo: Patativa do Assaré (1909-2002), o maior poeta popular brasileiro. Praticamente analfabeto. Primeiro livro publicado aos 47 anos (ok, você dirá que ele fazia repente desde os 12 anos, mas não deixa de ser uma vitória da experiência, uma vez que o aprendizado formal foi quase nulo, né?).

No canto direito: Luís Vaz de Camões (~1524 - 1580), o maior poeta de língua portuguesa. Teria freqüentado o curso de Humanidades, talvez em Coimbra, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde tinha um tio padre, D. Bento de Camões. A cultura refinada dos seus escritos torna a única universidade de Portugal do tempo como o lugar mais provável de seus estudos.

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Empatou!

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Eu desempato: viva a experiência! E é porque você nem falou das idéias de beleza vigentes que velho é argh! feio.

Contra a Maré disse...

Qual o problema com o livre docente?

Lica disse...

O edital dizia que as bancas examinadoras seriam formadas por doutores (ou titulação equivalente). Uma imbecil não passou no concurso e entrou na justiça. Um juiz de direito entendeu que um livre docente não era equivalente a um doutor (no caso, acho que o juiz se acha mais doutor que um livre docente...)