sexta-feira, 24 de julho de 2009

férias. férias? férias! ... férias?!

Não adiantou pensar em todas essas entonações para a bela palavra férias (é incrível a sonoridade dessa palavra, como o sol da tardinha colorindo o mar,  brisa desarrumando os cabelos e aquela vontade de fazer parar o tempo). 

Enfim... o que parece férias mas não é? Recesso. Aquelas semaninhas em julho, que quase pertencem a você. Espremidas e exíguas, tem a nobre missão de fazer o professor esquecer o semestre passado e se preparar para o semestre vindouro. Logo, não é férias.

Eu ainda não consegui fazer metade do que queria (ou devia) fazer: nem em relação ao trabalho nem em relação ao lazer (mentirinha, pus em dia a ida ao cinema). O tempo corre, e eu nem pra tirar a poeira do I&S. Mas deixe estar que já já volto à rotina potiguar: com suas aulas, reuniões de departamento e postagens frequentes.

Vou-me, imaginando eu mesma naquela rede de uns posts atrás...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Velho e bom x Velho e ruim

"Galinha velha é que dá bom caldo" - 1 x 0

1 x 1 - "De algodão velho não se faz bom pano"

"Panela velha é que faz comida boa" - 2 x 1

2 x 2 - "Papagaio velho não aprende a falar"

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Antes do post de verdade, um pouco das minhas reminiscências...

Há muitos anos atrás, na sala do Centro Acadêmico, acompanhávamos a contagem dos votos que reelegeria a nossa chapa (péssima hora pra se falar em reeleição). Um colega ficou contando os votos em voz alta e já tava enchendo o saco: 21 a 18... a 19... a 20... 22 a 20... 23... "AAAAAAHHHHH!" Alguém se manifestou. "Pára com isso que dá nos nervos". Ele parou. Todo mundo ficou em silêncio, esperando... Uns 10 minutos depois: "empatou". (risadinhas pela sala, uns de raiva, outros de: cara chato mermão!)... Mais uns minutinhos e: "empatou de novo". Ele foi arrastado para fora da sala.

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Mas voltando... Provérbios empatados e idéias também: até que ponto a nossa sociedade valoriza a experiência? Até que ponto a experiência deve ser valorizada?

Hum... No meio acadêmico, um exemplo maravilhoso: a livre-docência. Na universidade que trabalho, recentemente um concurso foi invalidado porque um livre docente fazia parte da banca examinadora. Uma derrota para a experiência (em tempo: Livre-docência é um título concedido no Brasil, por uma instituição de ensino superior, que atesta uma qualidade superior na docência e na pesquisa. Anteriormente, a livre-docência era aberta a qualquer professor, mas desde 11 de setembro de 1976 só podem candidatar-se professores já portadores do título de doutor. Retirado da wikipédia). Nada contra os superdotados que cursam doutorado aos 15 anos...

Pra ilustrar meu post, uma foto aqui descrita...

No canto esquerdo: Patativa do Assaré (1909-2002), o maior poeta popular brasileiro. Praticamente analfabeto. Primeiro livro publicado aos 47 anos (ok, você dirá que ele fazia repente desde os 12 anos, mas não deixa de ser uma vitória da experiência, uma vez que o aprendizado formal foi quase nulo, né?).

No canto direito: Luís Vaz de Camões (~1524 - 1580), o maior poeta de língua portuguesa. Teria freqüentado o curso de Humanidades, talvez em Coimbra, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde tinha um tio padre, D. Bento de Camões. A cultura refinada dos seus escritos torna a única universidade de Portugal do tempo como o lugar mais provável de seus estudos.

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Empatou!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

E o Google?

Adoro as homengens do Google: natal, ano novo, páscoa, estações do ano. Leonardo Da Vinci, Marc Chagall, Igor Stravinsky. Dia da terra, dia dos namorados. Já vi logo do Google homenageando o Tetris, o Astro Boy, Lego!!! Hoje é (foi) o dia do Rock. E o Google passou em branco.

Admito que não sou fã de rock. Na minha lista tem mais jazz, mpb, blues, sambinha e até um forrozinho antes do rock. Mas de vez em quando eu "ataco meu rock suave" (LFV) e é bom demais: aquele rock dos anos 80, com titãs, paralamas, biquini cavadão, ultraje, rpm, engenheiros... vixe, a lista não pára.

viva o rock 'n' roll!




PS: eu já ia encerrar o post, mas aí achei essa imagem e não resisti!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Imagem imaginada: privacidade na rede.

Eu não gosto do Twitter. Acho que a internet te N mil maneiras de interação além desse passarinho azul pirangueiro que só disponibiliza 140 caracteres por postagem. Aí vem um twitteiro (isso existe?) e faz 5 postagens seguidas... Pô, faz um blog, que você muda a cor da letra, põe uma foto e até uns videos do youtube pra animar o negócio...


Mas, como sempre, eu demoro a chegar no x da questão (aliás, estou devendo um prêmio para o Évio): faz quase um mês, eu criei uma conta no twitter só pra ver o sistema, o que é que atraía tanto as pessoas. Nunca escrevi uma linha sequer. Nunca. Comecei a receber uns emails e fui no bendito site pra ver o que tava acontecendo... Tinha 10 pessoas me seguindo (eu acho uma comédia essa história de seguidores, este é um mundo cada vez mais paranóico), gente que eu não sei nem quem é, gente que eu vi de vista. Lá, me seguindo, dia a dia na gaiola vazia. Eu nunca divulguei nada, mas a internet e suas infinitas possibilidades levaram estas pessoas a me linkarem. Quem mandou? Porque as pessoas assumem que eu queria ser seguida ali? Essa sensação é parecida com o que sinto quando meus alunos, ex-alunos, colegas do vizinho querem me adicionar no orkut... Eles não sabem ler? Lá tem amigos. E eu já falei, tenho poucos amigos, e não 287 . Aliás, é mais fácil eu ter 287 primos que 287 amigos. E aí você me pergunta: porque você adicionou tanta gente? Só para não ser antipática, mesmo. (Ei, você aí que faz parte do grupo que lê esse blog, não vai me deletando não. É uma honra tê-lo entre os 287. Aliás, você estaria entre os 87. Ou 7.)

Bom, mas tem a privacidade na outra rede.



Essa daqui eu não abro mão, e quem quiser me chamar de antipática, azar.


***

Com vocês, a privacidade (ou a falta de).

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"Quem conta com a panela alheia, arrisca-se a ficar sem ceia."

Agora esse me pegou...

Se eu aplicar a mesma filosofia do cada macaco no seu galho, eu discordo do provérbio. Amigos são pra isso mesmo, pra se contar com eles, sempre.

Eu não tenho muitos amigos. Posso contar nos dedos das mãos os meus amigos de verdade. Aqueles que só recebem ligação minha no aniversário, porque sou uma amiga inútil. Aqueles que visito por um motivo estúpido (como trabalho), nunca pelo principal motivo: porque são amados. Mas antes que vocês fiquem chocados como eu sou má amiga, deixa eu voltar ao ponto: eu conto 100% com eles.



São poucos, mas o picolé de um dá pra todos...

Sobre o ato de escrever

Eu adoro escrever. Mas escrever, para mim, é um parto... O pior é que eles fazem parecer fácil...

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias." (Pablo Neruda) - (humpf... fácil)

"Escrever é, simplesmente, uma maneira de falar sem que nos interrompam." (Sofocleto) - (simplesmente? fala sério!)

"O ato de escrever é a arte de sentar-se numa cadeira." (Sinclair Lewis) - (minha bunda já tá quadrada...)

"Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não." (José Saramago) - (há! tem lógica isso aqui)

"Escrever é ter coisas para dizer." (Darcy Ribeiro) - (ei, mas eu tenho.. eu acho!)

"Cada um escreve do jeito que respira. Cada um tem seu estilo. Devo minha literatura à asma." (Fabrício Carpinejar) - (algo a pensar...)

"Corrigir uma página é fácil, mas escrevê-la, ah, amigo! Isso é difícil." (Jorge Luis Borges) - (in your face, avaliador chato!)

"Escrever não é fácil ou difícil, mas possível ou impossível." (Camilo José Cela) - (bufo! em mim)




Quando a folha em branco me encara...




Eu queria ser assim...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Um pouco de tudo é quase nada

A criança e o poder


Uma manhã qualquer, dia de escola. A garotinha, 6 anos e alguma coisa, dá o ultimato: "Não quero, não vou e EU POSSO!" (no eu posso, uma batida de pé no chão, tal como a batida de cajado de Moisés, que abriu o mar vermelho). O pai se segurou para não rir. O carona tentou, em vão. A menina foi para a escola.
(história verídica, os nomes dos personagens estão ocultos para preservar a sua imagem...)

***

Meu filho não fala. Ele aponta para o armário dos biscoitos. Até receber um.

***
Ela tinha 6 anos e queria lasanha. Os camarões estavam ótimos, mas ela queria lasanha.

***
Depois que eles aprendem a falar, a gente tem que mostrar quem é que (às vezes) manda!

Imagem Imaginada: rotina

Ele canta a rotina lindamente...

"Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã..."
(Cotidiano)

"(...)
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado"

(Construção)

Mamadeiras. É o que me vêm à cabeça quando penso em rotina. Meia-noite: mamadeira verde, porque tem o furinho do bico um pouco mais largo, e meu anjinho não adormece antes de terminar o seu leite. (Calma, não dá pra se engasgar). De manhã, a mamadeira de desenhos. Poderia ser uma das outras duas (que poderiam estar chateadas pelo desuso), mas como ele está acordado e bebe essa sozinho, gosto de deixá-lo na companhia agradável do elefante, leão, girafa e macaco (todos chamados de buu buuu)

Se vocês me derem mais um minutinho, lembro logo da minha outra rotina boa: ligar para o marido. São, no mínimo, três ligações diárias: de manhã, o bom-dia, dormiu bem, o que vai fazer hoje (as respostas não variam muito, mas é sempre bom ouvir a voz alterada pelo sono). À tarde, falamos sobre o filhote, trabalho, e alguma notícia extemporânea. À noite, a ligação é romântica, finalizada com os tradicionais desejos de bons sonhos... Mas melhor mesmo é a rotina do fim de semana, quando ficamos juntinhos...

Tá, agora é com vocês...